Na mente do homem
já não existe mais esperança.
A fé dissipou-se como se fosse fumaça de fogueira
da folha da bananeira.
Rapidamente, sugeri a mim mesmo
bater em retirada
deixando minha ilusão largada,
meus sonhos, anseios, receios,
jogados ao pé da cama
nessa manhã tranquila de segunda-feira.
Ora, chegaram as férias! Que se dane o mundo!
Após décadas de tentativas,
de lutas negativas,
quase todas vãs (embora sãs),
abraçou a cômoda situação em que se encontrava
e deixou sua ilusão largada,
seus sonhos, anseios, receios,
jogados ao pé da cama
nessa manhã tranquila de segunda-feira.
Eis que surge uma luz.
Mas não era um sinal:
era apenas o reflexo da sua apatia
no espelho quebrado, caído no chão,
que queimava seus olhos ao mostrar sua imagem refletindo
todo o desencanto que os anos
e o maldito andar da carruagem (e seus ignóbeis cavaleiros,
que do alto de suas cocheiras observam a desgraça alheia)
haviam corrompido
e deixado sua ilusão largada,
seus sonhos, anseios, receios,
jogados ao pé da cama
nessa tranquila manhã de segunda-feira.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
BRINCADEIRA DE CRIANÇA
O pequeno Lucas vinha correndo, cheio de perguntas. Queria saber de tudo.
“Mamãe, pra que serve isso?”
“Mamãe, o menino está dirigindo o carro, não é?
A mãe impacientava-se com tantos questionamentos, um atrás do outro. Até ela não sabia mais responder.
“Ah, Lucas! Eu não sei! Vai brincar, vai!”
E Lucas saía correndo. Num momento, estava enfrentando dragões com sua espada. Um instante depois, já estava a caçar dinossauros. Em seguida, ele era um super-herói, que voava em uma espaçonave para outros planetas.
“Fica quieto, menino! Olha a bagunça!”
Lucas nem ligava. A mãe depois arrumava, como sempre.
A hora do jantar era uma guerra.
“Come, menino! Senão esfria!
“Eca! O que é isso? Quero pipoca!”
“Não dou! Você tem que comer tudo. Verduras vão te deixar mais forte.”
Com muito custo, a mãe conseguia fazer com que ele comesse a metade. Normalmente o pai chegava a essa hora. Estava cansado, mas depois de um abraço e um beijo do filho sentia-se bem melhor. Brincavam boa parte da noite, até a hora do noticiário. Embora impaciente, Lucas sentava ao lado dos pais para assistir também. As perguntas ressurgiam:
“Papai, por que aquele homem não parou o carro?”
“Meu filho, papai quer assistir o jornal, tá bom?” insistia o pai.
Logo, Lucas começa a bocejar. O sono chegou. Os pais o levam para a cama e contam historinhas. A preferida dele é “Os três porquinhos”. Após o término, recebe dois beijos no rosto. Então dorme. E no sonho, a brincadeira continua.
“Mamãe, pra que serve isso?”
“Mamãe, o menino está dirigindo o carro, não é?
A mãe impacientava-se com tantos questionamentos, um atrás do outro. Até ela não sabia mais responder.
“Ah, Lucas! Eu não sei! Vai brincar, vai!”
E Lucas saía correndo. Num momento, estava enfrentando dragões com sua espada. Um instante depois, já estava a caçar dinossauros. Em seguida, ele era um super-herói, que voava em uma espaçonave para outros planetas.
“Fica quieto, menino! Olha a bagunça!”
Lucas nem ligava. A mãe depois arrumava, como sempre.
A hora do jantar era uma guerra.
“Come, menino! Senão esfria!
“Eca! O que é isso? Quero pipoca!”
“Não dou! Você tem que comer tudo. Verduras vão te deixar mais forte.”
Com muito custo, a mãe conseguia fazer com que ele comesse a metade. Normalmente o pai chegava a essa hora. Estava cansado, mas depois de um abraço e um beijo do filho sentia-se bem melhor. Brincavam boa parte da noite, até a hora do noticiário. Embora impaciente, Lucas sentava ao lado dos pais para assistir também. As perguntas ressurgiam:
“Papai, por que aquele homem não parou o carro?”
“Meu filho, papai quer assistir o jornal, tá bom?” insistia o pai.
Logo, Lucas começa a bocejar. O sono chegou. Os pais o levam para a cama e contam historinhas. A preferida dele é “Os três porquinhos”. Após o término, recebe dois beijos no rosto. Então dorme. E no sonho, a brincadeira continua.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Gritos
Ecoaram gritos
perdidos
outrora sós.
Agora
eles vem unidos
por uma vontade
de viver.
Ecoaram gritos
sofridos
outrora tristes.
Agora
estão repletos
de um desejo
de alegria.
Ecoaram gritos
abafados
outrora roucos.
Agora
eles vem marcados
por uma sede
de serem ouvidos.
Ecoaram gritos
valentes
outrora tímidos.
Agora
estão ardentes
pela chama
da mudança.
Força e fé, companheiros.
sábado, 17 de setembro de 2011
Bachelor's nostalgy
Enquanto escrevo essas linhas, ouço ao longe uma música dançante.
É uma festa.
Lembro da minha solteirice.
A uma hora dessas, já estava tomando todas e azarando quem quer que fosse.
Brincando com os amigos, dançando, fazendo bagunça...
Bons tempos (e não faz tanto tempo assim)...
Mas hoje, ao chegar em casa, assisti a um filme na TV, abraçado ao meu filho.
De repente, ele me disse: "Papai, eu te amo."
Isso me encheu os olhos d'água.
Quer saber?
Sinto falta daquele tempo não.
É uma festa.
Lembro da minha solteirice.
A uma hora dessas, já estava tomando todas e azarando quem quer que fosse.
Brincando com os amigos, dançando, fazendo bagunça...
Bons tempos (e não faz tanto tempo assim)...
Mas hoje, ao chegar em casa, assisti a um filme na TV, abraçado ao meu filho.
De repente, ele me disse: "Papai, eu te amo."
Isso me encheu os olhos d'água.
Quer saber?
Sinto falta daquele tempo não.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Novidade
Cheguei cansado em casa e liguei a TV para ver as notícias.
Novamente, o apresentador falava da situação nos hospitais brasileiros.
Seguiram-se as notícias.
Professores acorrentaram-se como forma de protesto aos baixos salários.
Deputados não foram trabalhar semana passada.
As obras dos estádios para a Copa do Mundo estão atrasadas (como se fossem a coisa mais importante do mundo)...
Os atores globais continuam sorrindo sem parar, em seus melodramas surreais, onde os pobres têm até TV a cabo.
Pelo menos hoje vai ter o concurso de Miss Universo.
Não que seja útil, mas enfim, é alguma novidade.
Novamente, o apresentador falava da situação nos hospitais brasileiros.
Seguiram-se as notícias.
Professores acorrentaram-se como forma de protesto aos baixos salários.
Deputados não foram trabalhar semana passada.
As obras dos estádios para a Copa do Mundo estão atrasadas (como se fossem a coisa mais importante do mundo)...
Os atores globais continuam sorrindo sem parar, em seus melodramas surreais, onde os pobres têm até TV a cabo.
Pelo menos hoje vai ter o concurso de Miss Universo.
Não que seja útil, mas enfim, é alguma novidade.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
É FODA!
Com o perdão da palavra, mas é foda.
Esse país é uma fuleragem (isso lá na minha terra quer dizer "bagunça").
Sou mais um profissional da Educação brasileira (falida, por sinal) e ainda tenho que ouvir uma dessas. Essa nossa profissão é foda.
O cabra levanta cedo todo dia - muitas vezes depois de ter ficado até altas horas pensando em que como vou fazer pra chamar a atenção dos meus alunos - pra enfrentar mais um dia de trabalho. Agora é trabalho mesmo! No melhor sentido da palavra. Você dá bom dia pra 40 cabecinhas (nem todos respondem) muitas vezes completamente desinteressadas no que você tem a dizer (eu sou professor de inglês, tu imagina aí), pois estão muito mais preocupados em comentar que matou a Norma (foi a Wanda, mas a novela já acabou), o que fulana estava fazendo ontem, que beltrana disse que ela era metida, etc, etc, etc... Oxe, nada a ver. Quando a gente menos espera lá vem o primeiro:
"Professor, fulano tá caçando conversa! Vou dar um murro nele!"
Aí a gente tem que intervir:
"O que foi, rapaz?"
"Foi ele quem começou."
É uma zuada do cão. Sem contar a festa que os alunos fazem quando toca o sinal. É uma gritaria danada e você é praticamente escurraçado da sala. Enfim, segue essa linha aí. Todos os dias. Tem que ter uma paciência de Jó, senão endoida.
Temos também a cobrança: "o professor tem que ser exemplo", "você tem que rever seu planejamento", "procure variar a sua metodologia" e a mais cruel, normalmente ao reprovar um aluno: "o que você fez pra que esse aluno aprendesse?". Todo mundo pinta e borda o tempo todo nesse país e você tem que ser santo. Quando as coisas vão bem (se é que se pode dizer isso) a propaganda é que o Governo investe, constrói isso, aquilo... Mas como está mal, a culpa é do professor. Parece que a gente vive num círculo vicioso que no final das contas não quer que a coisa ande. A TV aberta, meu Deus do céu, é só leseira. Tinha dois gays na novela, mas o mais interessante era mostrar a bunda da Deborah Secco (eu não sou gay! Mas também não desrespeito). Lógico, dá mais audiência. Discutir homofobia pra quê? Nosso estado "laico" (eu faço é rir) não aceita e o existem situações mais adequadas a isso. A música atual é só putaria: a molecada aprende a transar antes de aprender a pensar. É o caos total.
Pra terminar, vem um "representante" do povo (deixe de onda, rapaz!) dizer que a gente tem que dar aula por amor. Trabalhar de graça pro governo, enquanto esses safados pintam e bordam com o erário público, jurando de pé junto (mas com os dedos cruzados atrás das costas) que estão fazendo de tudo para combater a corrupção. Quero ver se ele põe os filhos dele na escola pública. Duvido.
Tá vendo? É foda mesmo, rapaz.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Qualquer coisa
Qualquer coisa é motivo pra escrever.
Uma notícia,
uma piada,
alguém passando na rua,
um "causo" contado por um amigo,
uma velha paixão, uma saudade...
Depois que acontece, a gente só observa,
lembra o que foi (mais ou menos)
e escreve.
Assim mesmo.
Mas agora tô sem assunto.
Por isso fiquei enrolando até agora.
Aliás, acabei escrevendo enrolação.
Tá vendo?
Qualquer coisa serve.
Uma notícia,
uma piada,
alguém passando na rua,
um "causo" contado por um amigo,
uma velha paixão, uma saudade...
Depois que acontece, a gente só observa,
lembra o que foi (mais ou menos)
e escreve.
Assim mesmo.
Mas agora tô sem assunto.
Por isso fiquei enrolando até agora.
Aliás, acabei escrevendo enrolação.
Tá vendo?
Qualquer coisa serve.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
A CORUJA
No alto da igreja matriz
Com seus olhos graúdos
A grande coruja branca
Observa tudo.
Na calada da noite
Quando todos pensam
Que não são notados
Ela não deixa escapar ninguém.
Quieta no seu canto
Muda, sem emitir piados
Atentamente vigia
Todos os movimentos noturnos.
Às vezes, quando alça vôo
Em busca de comida
(ou simplesmente a passeio)
Pode ver pelo alto
Todos os pecados
Que todos dizem não ter.
Quando se ouve o pio da coruja
É sinal de mau agouro:
A crença é de que
Alguém vai morrer.
Imagina se a coruja contasse tudo que vê.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Estrada para o paraíso
"HÁ UMA DAMA QUE TEM CERTEZA
QUE TUDO QUE BRILHA É OURO
E ELA VAI COMPRAR UMA ESTRADA PARA O PARAÍSO.
QUANDO CHEGAR LÁ, ELA SABE,
QUE MESMO QUE TUDO ESTEJA FECHADO
COM ALGUMAS PALAVRAS ELA CONSEGUIRÁ
AQUILO QUE VEIO BUSCAR."
Trecho de Stairway to Heaven, da banda de rock Led Zeppelin.
Mês de julho. Época de férias no estado. Tempo de descansar a cabeça, curtir a família e aproveitar as praias da região do Bico do Papagaio. Vamos a la playa!
Embora com pouca infraestrutura, nossas praias são muito agradáveis. Temos a Tira-Ressaca, no município de Sampaio, a do Araguaia em Araguatins, a do Tição, em Buriti, do Bacuri Grande, em Esperantina... Temos diversas e algumas eu ainda nem conheço. Mas as estradas para chegar até elas... Essas eu conheço bem.
No trecho até Augustinópolis tudo tranquilo. Mas quando se pretende ir até as cidades mais extremas do Bico, como Buriti, São Sebastião e Esperantina, a situação é horrível. Chega-se a demorar mais de uma hora e meia para percorrer os 40km que separam Augustinópolis e Buriti do Tocantins em um carro particular! Nas vans (principal meio de transporte por aqui), ainda há o desconforto da viagem com os carros superlotados (muita gente viaja em pé), que chega a ser um inferno.
O que poderia ser uma estrada para o paraíso, torna-se um martírio para quem deseja se divertir. Além do mais, tamanho descaso impede o desenvolvimento local, pois afasta possíveis investimentos, empaca a geração de emprego e renda e consequentemente, a melhoria na qualidade de vida da população local.
Esperamos, além de algumas palavras, ações dos cavalheiros e damas que comandam nossa região. Vamos trabalhar pessoal!
sábado, 2 de julho de 2011
Vontade
Hoje deu vontade.
Vontade ser outra pessoa.
De estar em outro lugar.
De fazer diferente, de pensar diferente.
Vontade assim, de repente.
Deu vontade de esquecer o que há de ruim à minha volta.
De acabar com todas as mazelas,
os choros,
as angústias.
Uma vontade grande mesmo.
Pense numa vontade que deu de voltar pra minha terra.
De ser criança de novo, sem esquentar a cabeça com nada.
De fugir de todas as responsabilidades.
Tem hora que eu tenho medo que essa vontade acabe.
Vontade ser outra pessoa.
De estar em outro lugar.
De fazer diferente, de pensar diferente.
Vontade assim, de repente.
Deu vontade de esquecer o que há de ruim à minha volta.
De acabar com todas as mazelas,
os choros,
as angústias.
Uma vontade grande mesmo.
Pense numa vontade que deu de voltar pra minha terra.
De ser criança de novo, sem esquentar a cabeça com nada.
De fugir de todas as responsabilidades.
Tem hora que eu tenho medo que essa vontade acabe.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
A bola chorou
A bola chorou.
Depois de anos de arrancadas, dribles e gols, ela perdeu mais um companheiro.
Um companheiro que é apenas mais um, mas O companheiro.
Ela até que tentou agradá-lo.
Por três vezes, ela quase traz de volta o sorriso, a alegria, o grito de gol.
Mas o romeno não quis deixar.
Não sabe ele o mal que fez para milhões de amantes do esporte bretão.
Nos pés daquele menino magrelo e dentuço,
[embora hoje bem rechonchudo,
ela foi feliz.
E como foi!
Em vários países, por várias camisas, nos pés dele muitos sorriram, choraram, se emocionaram.
Milhões junto com ela o viram cair e ressurgir como uma fênix.
Quantas e quantas vezes não duvidaram que ele voltaria?
Ela sempre esteve ao seu lado.
Hoje foi seu último encontro.
Só faltou o gol.
Mas não tem importância: foram tantos os gritos, que a garganta rouca não se importou pela falta de um deles.
Adeus, Fenômeno.
terça-feira, 24 de maio de 2011
Café
Preto forte
só presta novo
e bem quente.
De manhãzinha
depois do almoço
sempre com a gente.
Chega a noite
e pra aquecer
novamente.
Nas madrugadas
tão solitárias
me compreende.
Velho amigo
de tantas horas
tua semente
é o que desperta
e me ajuda
nesse batente.
Vai um cafezinho aí?
só presta novo
e bem quente.
De manhãzinha
depois do almoço
sempre com a gente.
Chega a noite
e pra aquecer
novamente.
Nas madrugadas
tão solitárias
me compreende.
Velho amigo
de tantas horas
tua semente
é o que desperta
e me ajuda
nesse batente.
Vai um cafezinho aí?
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Peleja
Ficar acordado
de madrugada
pesquisando,
perguntando,
filosofando,
viajando entre linhas e ideias,
sonhos e fatos,
planos e mais planos
por mim e pelos outros.
Certas vezes
exagerando
abandonando
por alguns momentos
filho e mulher
tudo em busca
de uma única coisa:
transformação.
Ainda pelejo em acreditar que vale a pena.
de madrugada
pesquisando,
perguntando,
filosofando,
viajando entre linhas e ideias,
sonhos e fatos,
planos e mais planos
por mim e pelos outros.
Certas vezes
exagerando
abandonando
por alguns momentos
filho e mulher
tudo em busca
de uma única coisa:
transformação.
Ainda pelejo em acreditar que vale a pena.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
As "Banda"
Estava à toa na vida
a galerinha chamou
pra ir pra o forró dançar
porque as "banda" chegou
Eu tava com muita fome
porque o feijão acabou
mas vou pra o forró dançar
porque as "banda" chegou
O deputado no dia dos comícios falou
e o povo se iludiu com aquela conversa e votou
Depois de eleito, nunca mais deu as caras
e a cidade ficou na miséria
O desemprego na pequena cidade só aumentou
a menininha de 14 anos "embuchou"
a violência e a cachaça também
mas vou pro forró dançar
porque as "banda" chegou
Cabou-se a festa, o povo pra suas casas voltou
e a mesma coisa, fome, choro e briga encontrou
Só teve três dias de folia
voltou a desgraça, cabou-se a alegria
Mais quatro anos de sofrimento e de dor
de abandono por quem diz que nos governou
tô nem aí, voto de novo no homem
porque as banda na praça
foi ele quem colocou...
Uma paródia da música A banda, de Chico Buarque.
O recado foi dado.
a galerinha chamou
pra ir pra o forró dançar
porque as "banda" chegou
Eu tava com muita fome
porque o feijão acabou
mas vou pra o forró dançar
porque as "banda" chegou
O deputado no dia dos comícios falou
e o povo se iludiu com aquela conversa e votou
Depois de eleito, nunca mais deu as caras
e a cidade ficou na miséria
O desemprego na pequena cidade só aumentou
a menininha de 14 anos "embuchou"
a violência e a cachaça também
mas vou pro forró dançar
porque as "banda" chegou
Cabou-se a festa, o povo pra suas casas voltou
e a mesma coisa, fome, choro e briga encontrou
Só teve três dias de folia
voltou a desgraça, cabou-se a alegria
Mais quatro anos de sofrimento e de dor
de abandono por quem diz que nos governou
tô nem aí, voto de novo no homem
porque as banda na praça
foi ele quem colocou...
Uma paródia da música A banda, de Chico Buarque.
O recado foi dado.
terça-feira, 26 de abril de 2011
Prisões
Máquinas, grades, fios elétricos
prendem e "protegem"
dos perigos que rondam
as pessoas diariamente.
Levantam muros,
constroem prisões,
fabricam armas,
na intenção
de oferecer segurança.
Sem perceber, tornamo-nos prisioneiros
e aumentamos também o medo de viver.
Só a educação liberta.
prendem e "protegem"
dos perigos que rondam
as pessoas diariamente.
Levantam muros,
constroem prisões,
fabricam armas,
na intenção
de oferecer segurança.
Sem perceber, tornamo-nos prisioneiros
e aumentamos também o medo de viver.
Só a educação liberta.
terça-feira, 12 de abril de 2011
CAUSA E EFEITO - Opinião
Na última quinta-feira, todos acompanharam estarrecidos pelos principais meios de comunicação do país a tragédia acontecida no Rio de Janeiro, mais precisamente no bairro do Realengo, zona norte da capital. O jovem Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, entrou armado em uma escola municipal e atirou em vários alunos, matando 13 pessoas. O assassino acabou se matando após ser baleado por policiais.
As investigações continuam em busca de desvendar qual ou quais teriam sido os motivos do rapaz a realizar tal ato. Pessoas que o conheciam afirmam que ele teria problemas mentais, há suspeitas de que ele tinha ligações com grupos fundamentalistas islâmicos (o que no meu ver é improvável) e alguns ex-colegas dele comentaram sobre a vivência escolar do garoto: bastante retraído, o pequeno Wellington recebia apelidos e sofreu algumas humilhações, o que hoje nós chamamos de bullying.
A palavra inglesa bullying representa todas as atitudes agressivas verbais ou físicas, intencionais ou repetitivas, com a intenção de intimidar outra pessoa que não possui capacidade para se defender. Apelidos, brincadeiras de mau gosto e humilhações são alguns exemplos dessas atitudes. De modo geral, o agredido torna-se tímido e pouco sociável, podendo (isso não quer dizer que é regra) tornar-se um adulto agressivo.
Nas escolas brasileiras, sabemos que são comuns esses tipos de brincadeiras, tornando-se, portanto, difícil a identificação de eventuais casos de bullying. Salas superlotadas, muitas vezes condições precárias de trabalho e pouco conhecimento sobre o assunto dificultam intervenções apropriadas. O caso de Wellington pode não ter sido exclusivamente consequência disso, mas é necessário considerar o fato. Um trabalho de conscientização em âmbito escolar, medidas preventivas, além de, é claro, maior discussão do assunto pela sociedade são imprescindíveis para que se possa de fato esclarecer à nossa juventude (muitas vezes desorientada e inconsequente) que brincadeira tem limite.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
É UMA PENA
Crianças jogando futebol - Cândido Portinari
Vi esses dias na rua onde moro várias crianças brincando de bola.
Umas branquinhas, outras negrinhas.
Várias eram as cores naquele arco-íris de inocência.
Corriam, gritavam, sorriam numa alegria igual.
Estavam felizes.
Sem noção de que o tempo vai passando e as coisas vão mudar.
Sem se preocupar porque uns tem uma cor e outros tem outra.
Sem perceber, daqui a alguns anos serão homens e mulheres, que terão seus empregos e suas famílias.
Aquelas cabecinhas inquietas naquele momento só queriam correr atrás daquela bola.
Aquilo lhes bastava.
Anoiteceu.
Seus pais gritaram:
"Ô, menino! Vem pra casa tomar banho e jantar!"
No outro dia brincariam novamente.
Em casa, eles aprendem a enxergar o mundo pelos olhos dos pais.
Depois, o verão com os seus próprios.
A vida lhes mostrará muitas coisas.
Dentre elas, que as pessoas os julgarão pela cor da sua pele,
pela sua aparência
ou por suas escolhas.
Eles descobrirão que vão existir lugares para cada um e que todo mundo acaba encontrando o seu.
Perderão sua inocência e aprenderão a ser humanos.
Perceberão então, que no mundo dos adultos, todos terão defeitos.
Caros amigos, é uma pena.
sábado, 26 de março de 2011
LIBERDADE
Por mais que persigamos sonhos
Por maior que seja a vontade
Ainda restará a dúvida
Se alcançamos a liberdade.
Grades aprisionam pessoas
mentiras tornam-se verdade
palavras acabam distorcidas
privando os homens da liberdade.
Pelos mais fúteis motivos
cor, religião, autoridade
milhões de vidas ceifadas
em nome da liberdade.
Muitos buscam serem livres
sonham em promover igualdade
para uns, não para outros
nunca é toda a liberdade.
A verdade é uma só:
sempre que houver maldade
ficaremos mais distantes
da tão sonhada liberdade.
Tantas vezes repetida
torna-se banalidade
sem libertar sua mente
ninguém é livre de verdade.
Por maior que seja a vontade
Ainda restará a dúvida
Se alcançamos a liberdade.
Grades aprisionam pessoas
mentiras tornam-se verdade
palavras acabam distorcidas
privando os homens da liberdade.
Pelos mais fúteis motivos
cor, religião, autoridade
milhões de vidas ceifadas
em nome da liberdade.
Muitos buscam serem livres
sonham em promover igualdade
para uns, não para outros
nunca é toda a liberdade.
A verdade é uma só:
sempre que houver maldade
ficaremos mais distantes
da tão sonhada liberdade.
Tantas vezes repetida
torna-se banalidade
sem libertar sua mente
ninguém é livre de verdade.
segunda-feira, 21 de março de 2011
WAR
Milhares de bombas e gritos ecoam no ar.
Desespero, correria, caos...
Medo.
O único sentimento que se pode perceber.
Tanto por quem está na frente como atrás do gatilho.
O alvo pode ser qualquer um.
Muitas balas perdidas são achadas em milhares de corpos
achados sem vida no chão.
Vidas perdidas.
REgresso em nome do PROgresso.
Qual?
Santa ignorância!
Os poucos que pregam aos quatro cantos a insensatez da revolta armada não pegam em armas.
E o resultado é sempre o mesmo.
Sangue derramado.
Todos são inocentes no fim das contas.
Acham que não são.
Everywhere is war!! - Bob Marley
Desespero, correria, caos...
Medo.
O único sentimento que se pode perceber.
Tanto por quem está na frente como atrás do gatilho.
O alvo pode ser qualquer um.
Muitas balas perdidas são achadas em milhares de corpos
achados sem vida no chão.
Vidas perdidas.
REgresso em nome do PROgresso.
Qual?
Santa ignorância!
Os poucos que pregam aos quatro cantos a insensatez da revolta armada não pegam em armas.
E o resultado é sempre o mesmo.
Sangue derramado.
Todos são inocentes no fim das contas.
Acham que não são.
Everywhere is war!! - Bob Marley
segunda-feira, 14 de março de 2011
Leve desespero
Refletindo sobre a própria realidade
muitas vezes me encontro em desespero
por achar que não seja mais o mesmo
que outrora bradava por liberdade.
Temo a minha própria sorte mais que antes
duvidando se há poder como pensei
nas ações, nas ideias que citei
que a cada dia se encontram mais errantes.
Surge então o grande temor do poeta
o maior que lhe pode afligir:
que é quando a palavra desistir
de ser luta pela causa mais correta
E nesse instante quando a chama se esvanece
o desespero imediatamente vem
amedrontar tudo aquilo que é do bem
e lentamente do sonho o poeta esquece.
Mas num lampejo brota no seu coração
uma semente novamente pra vingar:
um sentimento de esperança renovar
a palavra, o ideal, o sonho e a ação.
14 de março. Dia da poesia.
muitas vezes me encontro em desespero
por achar que não seja mais o mesmo
que outrora bradava por liberdade.
Temo a minha própria sorte mais que antes
duvidando se há poder como pensei
nas ações, nas ideias que citei
que a cada dia se encontram mais errantes.
Surge então o grande temor do poeta
o maior que lhe pode afligir:
que é quando a palavra desistir
de ser luta pela causa mais correta
E nesse instante quando a chama se esvanece
o desespero imediatamente vem
amedrontar tudo aquilo que é do bem
e lentamente do sonho o poeta esquece.
Mas num lampejo brota no seu coração
uma semente novamente pra vingar:
um sentimento de esperança renovar
a palavra, o ideal, o sonho e a ação.
14 de março. Dia da poesia.
segunda-feira, 7 de março de 2011
Mas é carnaval! - Marchinha de carnaval
Acorda gente
que chegou a nossa hora
é a hora da folia
os problemas vão embora
Vou esquecer
que lá em casa tô com fome
as contas tão atrasadas
que o SPC tem o meu nome
Se a minha filha
que só tem 15 aninhos
não se cuidar direito
vou ganhar mais um netinho
A minha rua
tá toda esburacada
os postes não tem luz
de noite não se vê nada
A criançada
largou cedo da escola
foram todos lá pra esquina
fumar pedra e cheirar cola
Enquanto isso
seu prefeito onde é que tá?
Deve estar viajando
aproveitando o carnaval
Talvez ele volte
se não vier tá tudo bem
afinal, é carnaval (tempo de festa)
e pra mim tá tudo bem.
Quem me critica
é porque tá com inveja
queria tá aqui mas não pode
só olha pela janela
Fica em casa
enquanto eu tô na folia
começa ao anoitecer
até amanhecer o dia
Volto pra casa
ultrapasso o sinal
olha a batida
é fim do carnaval.
APROVEITE O CARNAVAL COM CONSCIÊNCIA. SE NÃO... VAI TER QUE CANTAR ESSA AÍ TAMBÉM.
que chegou a nossa hora
é a hora da folia
os problemas vão embora
Vou esquecer
que lá em casa tô com fome
as contas tão atrasadas
que o SPC tem o meu nome
Se a minha filha
que só tem 15 aninhos
não se cuidar direito
vou ganhar mais um netinho
A minha rua
tá toda esburacada
os postes não tem luz
de noite não se vê nada
A criançada
largou cedo da escola
foram todos lá pra esquina
fumar pedra e cheirar cola
Enquanto isso
seu prefeito onde é que tá?
Deve estar viajando
aproveitando o carnaval
Talvez ele volte
se não vier tá tudo bem
afinal, é carnaval (tempo de festa)
e pra mim tá tudo bem.
Quem me critica
é porque tá com inveja
queria tá aqui mas não pode
só olha pela janela
Fica em casa
enquanto eu tô na folia
começa ao anoitecer
até amanhecer o dia
Volto pra casa
ultrapasso o sinal
olha a batida
é fim do carnaval.
APROVEITE O CARNAVAL COM CONSCIÊNCIA. SE NÃO... VAI TER QUE CANTAR ESSA AÍ TAMBÉM.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
PRA QUÊ A PRESSA?
Vivemos na era das informações.
Milhões por minuto.
Às vezes é difícil filtrar tudo isso.
Saber o que é bom e o que é ruim.
As pessoas correm o tempo todo.
Não param para ouvir, ou ver, ou prestar atenção.
Ninguém quer ficar para trás.
O mundo pede pressa.
As pessoas correm tanto que se matam.
Esquecem de olhar as placas.
De que se beber, não é recomendável dirigir.
E morrem tão depressa que nem percebem.
Aos milhares que perdem a vida (tão depressa) em acidentes de trânsito todos os anos no país.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
E ainda querem as maçãs! - Opinião
Semana passada a educação brasileira mais uma vez causou estardalhaço na mídia. Não por escândalos, desvios de verbas ou novamente o velho discurso de que "a situação dos professores é péssima (isso é óbvio)". Mas por uma questão de ponto de vista.
Um professor da rede pública de Santos - SP foi afastado após fazer enunciados de questões de Matemática utilizando como exemplo situações do crime organizado, prostituição e tráfico. Foi (e está sendo) duramente criticado pela sociedade e pela mídia. Até a polícia foi acionada para investigar o professor.
Os PCNs apresentam o princípio da tranversalidade, que diz que "o compromisso com a construção da cidadania pede necessariamente uma prática educacional voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental." (PCN - MEC, 1997.) No meu ver, o que o professor fez foi apenas isso: discutiu com os seus alunos problemas da nossa realidade, apresentando situações práticas de como a Matemática pode ser utilizada. Cheguei a ver em um telejornal uma mãe dizendo que, no tempo dela, utilizavam-se maçãs. Deus proteja essa senhora, mas os tempos são outros.
Atualmente, cobra-se do professor uma posição mais crítica em relação à sociedade e que, consequentemente, ele estimule isso nos seus alunos. Uma discussão sobre nossos problemas sociais e qual a parcela de responsabilidade de cada um nisso tudo. A mídia também tem sua parcela de culpa. Ao cidadão-comum não foi divulgado se o professor tentou fazer essa problematização. Antes de um julgamento, é necessário que se analise os fatos.
Para que evitemos de esconder nossos problemas atrás de maçãs.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Pensamentos soltos
Ligo a TV para ver o que acontece no país e no mundo.
Discussões sobre o salário mínimo, políticos internacionais entram em escândalos (lá fora também!)...
As pessoas ainda perdem tempo e dinheiro com os reality shows...
Levanto-me e olho pela janela. A chuva cai forte, molhando a rua, lavando os telhados e calçadas...
Em algum lugar por aí alguém observa a chuva com o coração apertado, esperando por uma boa notícia, um telefonema, uma carta...
Ninguém escreve mais cartas. A maioria manda e-mails (eu também).
Tento preservar as minhas amizades através da tela gelada do meu computador.
Muitos estão distantes, correndo atrás de seus sonhos, assim como eu dos meus.
Queria dar um abraço na minha mãe.
A chuva continua caindo lá fora.
O barulho da água caindo me faz pensar porque a chuva não leva as notícias ruins embora com ela...
Sento-me em frente ao computador e penso no que poderia escrever, em que palavras poderia dizer amanhã a alguém que fizessem com que ela pensasse diferente.
Já usei várias e não tenho a certeza se elas serviram.
Estou começando a não me cobrar mais por isso.
A chuva diminui sua intensidade, mas não a intensidade dos meus pensamentos soltos.
Discussões sobre o salário mínimo, políticos internacionais entram em escândalos (lá fora também!)...
As pessoas ainda perdem tempo e dinheiro com os reality shows...
Levanto-me e olho pela janela. A chuva cai forte, molhando a rua, lavando os telhados e calçadas...
Em algum lugar por aí alguém observa a chuva com o coração apertado, esperando por uma boa notícia, um telefonema, uma carta...
Ninguém escreve mais cartas. A maioria manda e-mails (eu também).
Tento preservar as minhas amizades através da tela gelada do meu computador.
Muitos estão distantes, correndo atrás de seus sonhos, assim como eu dos meus.
Queria dar um abraço na minha mãe.
A chuva continua caindo lá fora.
O barulho da água caindo me faz pensar porque a chuva não leva as notícias ruins embora com ela...
Sento-me em frente ao computador e penso no que poderia escrever, em que palavras poderia dizer amanhã a alguém que fizessem com que ela pensasse diferente.
Já usei várias e não tenho a certeza se elas serviram.
Estou começando a não me cobrar mais por isso.
A chuva diminui sua intensidade, mas não a intensidade dos meus pensamentos soltos.
sábado, 12 de fevereiro de 2011
O BÊBADO, A CHORONA E O PADRE (Crônicas de uma eleição)
ESSA É EM HOMENAGEM AOS 20 ANOS DE ESPERANTINA - TO.
O bêbado contava vantagem.
O padre contava as estórias.
A chorona chorava.
O bêbado não se segurava em pé.
O padre não segurava a fé.
A chorona chorava.
O bêbado ficava valente.
O padre fazia missa pra gente.
A chorona chorava.
O bêbado se metia a cantar.
O padre falava sem parar.
A chorona chorava.
O bêbado tinha a voz enrolada.
O padre se enrolava na palavra.
A chorona chorava.
O povo não acreditava no bêbado.
O povo não acreditava em Deus.
O povo sentiu dó.
E abraçou a chorona.
Mas o choro era de mentira.
O bêbado contava vantagem.
O padre contava as estórias.
A chorona chorava.
O bêbado não se segurava em pé.
O padre não segurava a fé.
A chorona chorava.
O bêbado ficava valente.
O padre fazia missa pra gente.
A chorona chorava.
O bêbado se metia a cantar.
O padre falava sem parar.
A chorona chorava.
O bêbado tinha a voz enrolada.
O padre se enrolava na palavra.
A chorona chorava.
O povo não acreditava no bêbado.
O povo não acreditava em Deus.
O povo sentiu dó.
E abraçou a chorona.
Mas o choro era de mentira.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Ictu oculi
Hoje, na escola onde trabalho, tivemos uma celebração religiosa por parte de um grupo evangélico que faz missões pelo país.
Fizeram uma oração, cantaram algumas canções, essas coisas de praxe, na tentativa de fazer com que alguém no meio da multidão acorde para a vida e acredite em si mesmo.
Enquanto ouvia as palavras do missionário, uma menina aproximou-se de mim.
De aparência simples, o corpo franzino parou na minha frente e sorriu dizendo "Oi, professor".
Olhei para ela e vi a imagem do descaso de quem toma as rédeas desse país. Visualizei a vida sofrida daquele pequenino ser, ainda sem muita noção das coisas da vida.
Olhei em seus olhos e percebi a carência de afeto, a simplicidade de quem procura alguém que lhe dê um pouco de atenção e que principalmente, ainda é verdadeiro naquilo que sente.
Hoje agradeço a Deus pela vida que tenho.
Rezo para que essa menina tenha entendido as palavras do pastor.
Fizeram uma oração, cantaram algumas canções, essas coisas de praxe, na tentativa de fazer com que alguém no meio da multidão acorde para a vida e acredite em si mesmo.
Enquanto ouvia as palavras do missionário, uma menina aproximou-se de mim.
De aparência simples, o corpo franzino parou na minha frente e sorriu dizendo "Oi, professor".
Olhei para ela e vi a imagem do descaso de quem toma as rédeas desse país. Visualizei a vida sofrida daquele pequenino ser, ainda sem muita noção das coisas da vida.
Olhei em seus olhos e percebi a carência de afeto, a simplicidade de quem procura alguém que lhe dê um pouco de atenção e que principalmente, ainda é verdadeiro naquilo que sente.
Hoje agradeço a Deus pela vida que tenho.
Rezo para que essa menina tenha entendido as palavras do pastor.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Sabe a última do português?
No último fim-de-semana, nossos irmãos lusófonos foram às urnas em eleições presidenciais. Os principais candidatos são o atual presidente, Aníbal Cavaco e o poeta Manuel Alegre. Apesar do nome, as eleições lá não foram tão felizes.
A exemplo do Brasil no pleito do ano passado, a abstenção bateu recorde: 53,3% do eleitorado não compareceu às urnas. A porcentagem excessiva deu-se ao fato de problemas estruturais, como transporte em algumas localidades, conexão com a Internet (lá em Portugal a votação é online), até por queixa da falta de necrotérios(!). Vai entender os gajos... Enfim, muita gente não votou principalmente como forma de protesto.
Em terras tupininquins, como a tecnologia eleitoral (e eleitoreira) facilita a nossa vida, ocupando apenas míseros 90 segundos do nosso dia, não temos do que reclamar (?!). Mas já em relação a postura de muitos dos nossos "homens do povo", aí são outros quinhentos. As maquininhas podiam dar problema de vez em quando, só pra ver se o povo prestava um pouco mais de atenção...
Já que isso fatalmente não vai acontecer, a gente vai escolhendo o Tiririca, porque pior do que está não fica.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
LEMBRANÇA DE CASA
Do peitoril da janela da casa da minha mãe observo o bairro em que nasci e cresci.
Ficou tudo tão diferente...
Aquele amontoado de casas que agora crescem de encontro ao céu,
Aquelas pessoas que hoje caminham em direção à velhice (e eu vou junto),
Com filhos, netos, até bisnetos...
Vejo alguns jovens sentados na calçada conversando coisas do universo deles –
Como eu costumava fazer quando chegava da escola –
A nova vizinhança,
Gente que quando saí daqui não tinha nem tamanho de gente ainda,
Outros pequenos dos meus amigos de infância...
Aquelas senhoras que eu via conversando sobre a vida alheia (continuam com as mesmas manias),
Ou os senhores que jogavam dominó até tarde da noite...
Tem jeito não.
Ninguém para o tempo.
Fico pensando em como muitos tocam suas vidas, com suas esposas e filhos
(algumas vezes vários),
Trabalhando, lutando pelo pão,
Alguns deles vivendo para as aparências – isso é cultural.
Enfim, estão por aí. Vivos, felizes quando podem.
Construindo seus destinos.
A vida segue.
Sigamos com ela.
Ficou tudo tão diferente...
Aquele amontoado de casas que agora crescem de encontro ao céu,
Aquelas pessoas que hoje caminham em direção à velhice (e eu vou junto),
Com filhos, netos, até bisnetos...
Vejo alguns jovens sentados na calçada conversando coisas do universo deles –
Como eu costumava fazer quando chegava da escola –
A nova vizinhança,
Gente que quando saí daqui não tinha nem tamanho de gente ainda,
Outros pequenos dos meus amigos de infância...
Aquelas senhoras que eu via conversando sobre a vida alheia (continuam com as mesmas manias),
Ou os senhores que jogavam dominó até tarde da noite...
Tem jeito não.
Ninguém para o tempo.
Fico pensando em como muitos tocam suas vidas, com suas esposas e filhos
(algumas vezes vários),
Trabalhando, lutando pelo pão,
Alguns deles vivendo para as aparências – isso é cultural.
Enfim, estão por aí. Vivos, felizes quando podem.
Construindo seus destinos.
A vida segue.
Sigamos com ela.
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