Do peitoril da janela da casa da minha mãe observo o bairro em que nasci e cresci.
Ficou tudo tão diferente...
Aquele amontoado de casas que agora crescem de encontro ao céu,
Aquelas pessoas que hoje caminham em direção à velhice (e eu vou junto),
Com filhos, netos, até bisnetos...
Vejo alguns jovens sentados na calçada conversando coisas do universo deles –
Como eu costumava fazer quando chegava da escola –
A nova vizinhança,
Gente que quando saí daqui não tinha nem tamanho de gente ainda,
Outros pequenos dos meus amigos de infância...
Aquelas senhoras que eu via conversando sobre a vida alheia (continuam com as mesmas manias),
Ou os senhores que jogavam dominó até tarde da noite...
Tem jeito não.
Ninguém para o tempo.
Fico pensando em como muitos tocam suas vidas, com suas esposas e filhos
(algumas vezes vários),
Trabalhando, lutando pelo pão,
Alguns deles vivendo para as aparências – isso é cultural.
Enfim, estão por aí. Vivos, felizes quando podem.
Construindo seus destinos.
A vida segue.
Sigamos com ela.
2 comentários:
Gomez,
Tenho um problema em escrever.
Comecei a escrever um livro, um romance, mas tenho dificuldades em usar a língua pra esse tipo de coisa.
O primeiro capítulo que fiz ficou parecendo uma biografia histórica. Muita objetividade pra um texto que reclama a subjetividade.
Mas você leva jeito.
Mas isso é uma visão realista das coisas. A diferença está em acrescentar o que se sente quando se vive determinada situação.
Postar um comentário