terça-feira, 23 de agosto de 2011

É FODA!



Com o perdão da palavra, mas é foda.
Esse país é uma fuleragem (isso lá na minha terra quer dizer "bagunça").
Sou mais um profissional da Educação brasileira (falida, por sinal) e ainda tenho que ouvir uma dessas. Essa nossa profissão é foda.

O cabra levanta cedo todo dia - muitas vezes depois de ter ficado até altas horas pensando em que como vou fazer pra chamar a atenção dos meus alunos - pra enfrentar mais um dia de trabalho. Agora é trabalho mesmo! No melhor sentido da palavra. Você dá bom dia pra 40 cabecinhas (nem todos respondem) muitas vezes completamente desinteressadas no que você tem a dizer (eu sou professor de inglês, tu imagina aí), pois estão muito mais preocupados em comentar que matou a Norma (foi a Wanda, mas a novela já acabou), o que fulana estava fazendo ontem, que beltrana disse que ela era metida, etc, etc, etc... Oxe, nada a ver. Quando a gente menos espera lá vem o primeiro:
"Professor, fulano tá caçando conversa! Vou dar um murro nele!"
Aí a gente tem que intervir:
"O que foi, rapaz?"
"Foi ele quem começou."
É uma zuada do cão. Sem contar a festa que os alunos fazem quando toca o sinal. É uma gritaria danada e você é praticamente escurraçado da sala. Enfim, segue essa linha aí. Todos os dias. Tem que ter uma paciência de Jó, senão endoida.

Temos também a cobrança: "o professor tem que ser exemplo", "você tem que rever seu planejamento", "procure variar a sua metodologia" e a mais cruel, normalmente ao reprovar um aluno: "o que você fez pra que esse aluno aprendesse?". Todo mundo pinta e borda o tempo todo nesse país e você tem que ser santo. Quando as coisas vão bem (se é que se pode dizer isso) a propaganda é que o Governo investe, constrói isso, aquilo... Mas como está mal, a culpa é do professor. Parece que a gente vive num círculo vicioso que no final das contas não quer que a coisa ande. A TV aberta, meu Deus do céu, é só leseira. Tinha dois gays na novela, mas o mais interessante era mostrar a bunda da Deborah Secco (eu não sou gay! Mas também não desrespeito). Lógico, dá mais audiência. Discutir homofobia pra quê? Nosso estado "laico" (eu faço é rir) não aceita e o existem situações mais adequadas a isso. A música atual é só putaria: a molecada aprende a transar antes de aprender a pensar. É o caos total.

Pra terminar, vem um "representante" do povo (deixe de onda, rapaz!) dizer que a gente tem que dar aula por amor. Trabalhar de graça pro governo, enquanto esses safados pintam e bordam com o erário público, jurando de pé junto (mas com os dedos cruzados atrás das costas) que estão fazendo de tudo para combater a corrupção. Quero ver se ele põe os filhos dele na escola pública. Duvido.

Tá vendo? É foda mesmo, rapaz.


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Qualquer coisa

Qualquer coisa é motivo pra escrever.
Uma notícia,
uma piada,
alguém passando na rua,
um "causo" contado por um amigo,
uma velha paixão, uma saudade...
Depois que acontece, a gente só observa,
lembra o que foi (mais ou menos)
e escreve.
Assim mesmo.
Mas agora tô sem assunto.
Por isso fiquei enrolando até agora.
Aliás, acabei escrevendo enrolação.
Tá vendo?
Qualquer coisa serve.