sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Teimosia num círculo vicioso


Amicus Plato, sed magis amica veritas
Amigo de Platão, porém mais amigo da verdade

Caros colegas, permitam que eu me apresente.
Sou mais um brasileiro, oriundo de gente simples, criado com dificuldade por mãe solteira e que abraçou (até sabe-se lá quando) essa causa utópica e improvável, considerando toda a existência de vida humana na Terra. Sou um professor.

Mais um que tenta, tenta nas escolas brasileiras matar um leão por dia, no final das contas é devorado por ele. 

Aquele que tenta, mesmo que inconscientemente, colocar na cabeça desse povo um pouco do conhecimento que há perambulando por aí, para lembrá-lo de que ele pode contribuir com alguma coisa pra sua vida e a dos outros.

O mesmo professor que não tem mais em conta o sono perdido, mas aos olhos de muitos, é o ''inimigo n°1'' da ignorância ostentada como vantagem pelos sem-noção, por saber da malícia dos que produzem as tendenciosas estórias e Histórias surreais manipuladoras e mantém a impressão de que as coisas vão bem e todos somos felizes.

Mais um que, nos discursos dos coronéis da nação, é a chave-mestra do desenvolvimento, da justiça e da moral, embora a cada dia que passe lhe é condicionado que é prejudicial usar caneta vermelha para chamar a atenção sobre os erros que cada geração comete e as correções necessárias.

E quando humanamente também falha, é apedrejado pelos "justos" por ser exemplo raramente seguido
e plenamente combatidos por eles.

Além disso, ainda é convidado a sorrir para atender interesses que visam simplesmente a manutenção do igualdade aparente entre todas as pessoas.

Como disse um amigo meu, o sistema trabalha em prol de si próprio.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Semana da Pátria - Cantar a quê?

Estamos na Semana da Pátria (tem que ser escrito assim, em maiúsculas).
Os alunos formam filas para entoar o Hino Nacional, uma ode ao nosso país.
De vocabulário difícil, incompreensível aos ouvidos atuais.
A ordem das palavras dificulta o entendimento, mas mesmo assim todos cantamos.
Cantar a quê? Eu me pergunto.
Cantar ao país das ilusões?
Ao país do faz-de-conta, onde a palavra da lei não tem vez ante o poder financeiro?
Como exaltar uma nação que ainda teima em não investir na educação do seu próprio povo, quando sabemos claramente que é isso o que realmente nos fará grandes um dia?
Como um povo heroico pode emitir brados retumbantes de paz no futuro e glória no passado sem nem saber o que isso significa?
Como entender que um filho teu não foge à luta se nem estimulado a lutar ele é, devido aos inúmeros programas sociais que findam num comodismo miserável?
Como dizer que em nossos bosques há mais vida, se a cada dia que passa as matas exuberantes que possuímos são destruídas?
Exaltamos, conscientes da realidade, a incompetência dos que governam e a ignorância dos governados.
Palavras cantadas, apenas palavras.
Ainda assim, cantamos.
Mecanicamente, cantamos e exaltamos o país da novela, do futebol e da corrupção.
Viva o Brasil!