sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sabe a última do português?



No último fim-de-semana, nossos irmãos lusófonos foram às urnas em eleições presidenciais. Os principais candidatos são o atual presidente, Aníbal Cavaco e o poeta Manuel Alegre. Apesar do nome, as eleições lá não foram tão felizes.

A exemplo do Brasil no pleito do ano passado, a abstenção bateu recorde: 53,3% do eleitorado não compareceu às urnas. A porcentagem excessiva deu-se ao fato de problemas estruturais, como transporte em algumas localidades, conexão com a Internet (lá em Portugal a votação é online), até por queixa da falta de necrotérios(!). Vai entender os gajos... Enfim, muita gente não votou principalmente como forma de protesto.

Em terras tupininquins, como a tecnologia eleitoral (e eleitoreira) facilita a nossa vida, ocupando apenas míseros 90 segundos do nosso dia, não temos do que reclamar (?!). Mas já em relação a postura de muitos dos nossos "homens do povo", aí são outros quinhentos. As maquininhas podiam dar problema de vez em quando, só pra ver se o povo prestava um pouco mais de atenção...

Já que isso fatalmente não vai acontecer, a gente vai escolhendo o Tiririca, porque pior do que está não fica.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

LEMBRANÇA DE CASA

Do peitoril da janela da casa da minha mãe observo o bairro em que nasci e cresci.
Ficou tudo tão diferente...
Aquele amontoado de casas que agora crescem de encontro ao céu,
Aquelas pessoas que hoje caminham em direção à velhice (e eu vou junto),
Com filhos, netos, até bisnetos...
Vejo alguns jovens sentados na calçada conversando coisas do universo deles –
Como eu costumava fazer quando chegava da escola –
A nova vizinhança,
Gente que quando saí daqui não tinha nem tamanho de gente ainda,
Outros pequenos dos meus amigos de infância...
Aquelas senhoras que eu via conversando sobre a vida alheia (continuam com as mesmas manias),
Ou os senhores que jogavam dominó até tarde da noite...
Tem jeito não.
Ninguém para o tempo.
Fico pensando em como muitos tocam suas vidas, com suas esposas e filhos
(algumas vezes vários),
Trabalhando, lutando pelo pão,
Alguns deles vivendo para as aparências – isso é cultural.
Enfim, estão por aí. Vivos, felizes quando podem.
Construindo seus destinos.


A vida segue.
Sigamos com ela.