terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Ilusões largadas numa tranquila manhã de segunda-feira

Na mente do homem
já não existe mais esperança.
A fé dissipou-se como se fosse fumaça de fogueira
da folha da bananeira.
Rapidamente, sugeri a mim mesmo
bater em retirada
deixando minha ilusão largada,
meus sonhos, anseios, receios,
jogados ao pé da cama
nessa manhã tranquila de segunda-feira.

Ora, chegaram as férias! Que se dane o mundo!
Após décadas de tentativas,
de lutas negativas,
quase todas vãs (embora sãs),
abraçou a cômoda situação em que se encontrava
e deixou sua ilusão largada,
seus sonhos, anseios, receios,
jogados ao pé da cama
nessa manhã tranquila de segunda-feira.

Eis que surge uma luz.
Mas não era um sinal:
era apenas o reflexo da sua apatia
no espelho quebrado, caído no chão,
que queimava seus olhos ao mostrar sua imagem refletindo
todo o desencanto que os anos
e o maldito andar da carruagem (e seus ignóbeis cavaleiros,
que do alto de suas cocheiras observam a desgraça alheia)
haviam corrompido
e deixado sua ilusão largada,
seus sonhos, anseios, receios,
jogados ao pé da cama
nessa tranquila manhã de segunda-feira.