terça-feira, 12 de abril de 2011

CAUSA E EFEITO - Opinião



Na última quinta-feira, todos acompanharam estarrecidos pelos principais meios de comunicação do país a tragédia acontecida no Rio de Janeiro, mais precisamente no bairro do Realengo, zona norte da capital. O jovem Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, entrou armado em uma escola municipal e atirou em vários alunos, matando 13 pessoas. O assassino acabou se matando após ser baleado por policiais.

As investigações continuam em busca de desvendar qual ou quais teriam sido os motivos do rapaz a realizar tal ato. Pessoas que o conheciam afirmam que ele teria problemas mentais, há suspeitas de que ele tinha ligações com grupos fundamentalistas islâmicos (o que no meu ver é improvável) e alguns ex-colegas dele comentaram sobre a vivência escolar do garoto: bastante retraído, o pequeno Wellington recebia apelidos e sofreu algumas humilhações, o que hoje nós chamamos de bullying.

A palavra inglesa bullying representa todas as atitudes agressivas verbais ou físicas, intencionais ou repetitivas, com a intenção de intimidar outra pessoa que não possui capacidade para se defender. Apelidos, brincadeiras de mau gosto e humilhações são alguns exemplos dessas atitudes. De modo geral, o agredido torna-se tímido e pouco sociável, podendo (isso não quer dizer que é regra) tornar-se um adulto agressivo.

Nas escolas brasileiras, sabemos que são comuns esses tipos de brincadeiras, tornando-se, portanto, difícil a identificação de eventuais casos de bullying. Salas superlotadas, muitas vezes condições precárias de trabalho e pouco conhecimento sobre o assunto dificultam intervenções apropriadas. O caso de Wellington pode não ter sido exclusivamente consequência disso, mas é necessário considerar o fato. Um trabalho de conscientização em âmbito escolar, medidas preventivas, além de, é claro, maior discussão do assunto pela sociedade são imprescindíveis para que se possa de fato esclarecer à nossa juventude (muitas vezes desorientada e inconsequente) que brincadeira tem limite.

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