quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Olhares





A menina estava parada
no umbral da porta de casa.
Olhava as pessoas passarem
pela rua e pela calçada.

Vivia a imaginar
o que aquelas pessoas pensavam
quais seus sonhos, desejos, vontades
que tinham enquanto andavam.

Nos seus olhos a curiosidade
natural de toda criança
ela apenas olhava, olhava
de olhar seus olhos não cansam.

Inocente, no seu mundo pueril
viajava castelos, dragões
doces, balas, nuvens de algodão
sem tristezas nem preocupações.

Mas aos poucos ela se dava conta
de onde estava, o que era e vivia
cercada pela humildade de palha
via todos, mas ninguém a via.

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