“Gostaria que lembrassem que sou filho de Januário e dona Santana. Gostaria que lembrassem muito de mim; que esse sanfoneiro amou muito seu povo, o Sertão. Decantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes. Decantou os valentes, os covardes e também o amor”. Luiz Gonzaga
100 anos de Gonzagão.
É muito tempo.
Quantos vivos existem com essa idade?
Não muitos.
Mas eles conhecem.
Eles sabem de quem se trata.
Eles sabem que por causa dele, foram lembrados.
Sua condição, a vida sofrida, a seca.
A alegria da quadrilha, do xote, das noites de São João.
A triste partida do retirante, que deixa, sem olhar pra trás, uma cabocla, uma choupana e um beijo na boca.
A mesma pernambucana da cintura de pilão, que só pensa em namorar.
Aquele sertanejo que nos versos do poeta, suplica ao Senhor pela chuva, mas que pede perdão por não saber rezar.
A estrada de Canindé, a acauã, o açum preto, a asa branca.
O apelo aos homens da nação, a vontade de voltar e se não for possível, levar o Sertão pra qualquer lugar.
A força do vaqueiro, que toa uma boiada e não leva desaforo pra casa.
A devoção ao Padim Ciço, a Frei Damião e ao Nosso Senhor.
É rapaz.
100 anos de Gonzagão.
Que noutros tantos ele continue lembrado, divulgado e reverenciado.
Mais que música, é a essência sertaneja.
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