quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

INSÔNIA

Desde cedo uma enxaqueca me atormenta.
Passei os últimos três dias com febre, tossindo muito e tremendo.
A danada da gripe me pegou - e olha que isso é raro acontecer.
Procuro alguma coisa na TV para me distrair.
Assisto um filme até tarde. A cabeça não para de doer.
Perco a paciência. Deito para dormir. Talvez com uma boa noite de sono ela passe.
Que nada.
Remexo-me de um lado para o outro.
É a insõnia novamente que veio me fazer companhia.
Tento relaxar, mas a cabeça fervilha de pensamentos.
A dor continua a incomodar.
Penso nas vezes que coloquei o trabalho no lugar da família.
Ou até outra coisa qualquer.
Minha esposa chamando para deitar e simplesmente respondi: "Já vou." Mas não fui.
Meu filho querendo minha atenção, mas eu estava ocupado demais dando atenção aos outros.
Os poucos momentos que passamos juntos foram poucos, mas acredito que pra ele tenha significado muita coisa.
E eu que me queixei a vida inteira de não ter tido um pai...
Alguns dizem que são sacrifícios necessários para o sustento da família.
Surgem dúvidas em minha mente quanto a isso e o sono não vem.
A enxaqueca torna-se mais forte.
Enquanto a água ferve, ouço apenas o cri-cri dos grilos e um som que lagartixa faz que eu não sei como se chama.
Preparo meu leite e, enquanto o bebo, estou escrevendo essas palavras.
Simplesmente porque deu vontade.
A dor de cabeça diminui.
Agora, acho que posso dormir.
Era só a barriga vazia. Eu espero.

2 comentários:

Juno disse...

Não era só a barriga vazia. Era tambem a vontade de escrever.
Escreveu, tomou um copo de leite morno o que tambem (dizem) ajuda, e pronto! o sono veio. Ou não?

Alnikmar disse...

É, ajudou.