Ligo a TV para ver o que acontece no país e no mundo.
Discussões sobre o salário mínimo, políticos internacionais entram em escândalos (lá fora também!)...
As pessoas ainda perdem tempo e dinheiro com os reality shows...
Levanto-me e olho pela janela. A chuva cai forte, molhando a rua, lavando os telhados e calçadas...
Em algum lugar por aí alguém observa a chuva com o coração apertado, esperando por uma boa notícia, um telefonema, uma carta...
Ninguém escreve mais cartas. A maioria manda e-mails (eu também).
Tento preservar as minhas amizades através da tela gelada do meu computador.
Muitos estão distantes, correndo atrás de seus sonhos, assim como eu dos meus.
Queria dar um abraço na minha mãe.
A chuva continua caindo lá fora.
O barulho da água caindo me faz pensar porque a chuva não leva as notícias ruins embora com ela...
Sento-me em frente ao computador e penso no que poderia escrever, em que palavras poderia dizer amanhã a alguém que fizessem com que ela pensasse diferente.
Já usei várias e não tenho a certeza se elas serviram.
Estou começando a não me cobrar mais por isso.
A chuva diminui sua intensidade, mas não a intensidade dos meus pensamentos soltos.
Um comentário:
Muito bom, Gomez.
Zigmunt Bauman fala bastante sobre as novas relações do que ele chama de "modernidade líguida", isto é, aquelas que se realizam via tela do computador.
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