quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Mais uma das eleições


O Brasil gaba-se de possuir as eleições mais seguras do planeta. As urnas eletrônicas, diz o governo, vieram para facilitar (e também transparecer) o processo eleitoral. São motivo de orgulho para o país. Países de primeiro mundo invejam o nosso sistema, importando urnas para realizarem suas eleições. Nos Estados Unidos o negócio é tão complicado que eu li e não consegui entender. Aqui digitou a sequência e primmm! Tudo pronto.

Para tornar a coisa ainda mais segura (!), surge um novo apetrecho: a urna biométrica. Agora o cidadão põe o dedão na máquina, que reconhece o eleitor e libera a urna. Tcharam! Depois que a escolha é feita, é só confirmar. Não há riscos... Tem até escrita braille nas teclas para facilitar a votação para os deficientes visuais.

O pior é que muitos eleitores são cegos, surdos e mudos. Não estou me referindo aos verdadeiros deficientes físicos. E sim aos saudáveis que não percebem a palhaçada em que se tornaram as nossas eleições.

Enquanto inventam meio mundo de parafernálias tecnológicas para "tornar a votação mais interessante", que mais uma vez distraem o eleitor (que já citei em um post anterior), muitos fichas sujas estão por aí pedindo voto. Um exemplo: Collor. A Ficha Limpa conseguiu barrar alguns, mas é possível recurso por parte do candidato. E sendo inocentado, poderá assumir o cargo pretendido se eleito for.

Ô maldita obrigação eleitoral!

Um comentário:

Francisco Sulo disse...

Interessante observação, Gomez.
O processo eleitoral corre bem, no que diz respeito aos avanços tecnológicos que garantem a segurança dos resultados.
Entretanto o maior problema das eleições no Brasil é a qualidade do voto antes de ser materializado ou informatizado na urna.
As pessoas continuam votando por dinheiro, sem conhecer os candidatos e não levando em conta a "segurança" dos resultados.
Parabéns pelo texto.