Mais cedo ou mais tarde a vida se ajeita
Aos poucos voltamos à velha situação
O novo normal que nunca chegou
Só mostrou o abismo da nossa nação
Quem sempre foi rico, continuou rico
Já os pobres, coitados, mais pobres estão
As contas que chegam têm data marcada
Se o boleto vence, perdeu cidadão
O povo tem fome e quer trabalhar
Discurso de ficar em casa dá não
São tantos problemas que o povo enfrenta
Que o vírus foi só mais um na multidão
Morreram parentes, amigos de infância
Muitos pais de família se foram então
Trazendo a dor, deixando a saudade
Não tinham histórico de atleta não
Nesse fanatismo canhoto e destro
Perdemos amigos, perdemos irmãos
Mais cedo ou mais tarde as máscaras caem
Voltamos à vida de aglomeração
Covid já não é mais a manchete
no rádio, internet ou televisão
O vírus que chega agora é outro
a cada dois anos invade a nação
O vírus que assola esse povo sofrido
não esqueça, amigo, é o da corrupção.