Máquinas, grades, fios elétricos
prendem e "protegem"
dos perigos que rondam
as pessoas diariamente.
Levantam muros,
constroem prisões,
fabricam armas,
na intenção
de oferecer segurança.
Sem perceber, tornamo-nos prisioneiros
e aumentamos também o medo de viver.
Só a educação liberta.
terça-feira, 26 de abril de 2011
terça-feira, 12 de abril de 2011
CAUSA E EFEITO - Opinião
Na última quinta-feira, todos acompanharam estarrecidos pelos principais meios de comunicação do país a tragédia acontecida no Rio de Janeiro, mais precisamente no bairro do Realengo, zona norte da capital. O jovem Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, entrou armado em uma escola municipal e atirou em vários alunos, matando 13 pessoas. O assassino acabou se matando após ser baleado por policiais.
As investigações continuam em busca de desvendar qual ou quais teriam sido os motivos do rapaz a realizar tal ato. Pessoas que o conheciam afirmam que ele teria problemas mentais, há suspeitas de que ele tinha ligações com grupos fundamentalistas islâmicos (o que no meu ver é improvável) e alguns ex-colegas dele comentaram sobre a vivência escolar do garoto: bastante retraído, o pequeno Wellington recebia apelidos e sofreu algumas humilhações, o que hoje nós chamamos de bullying.
A palavra inglesa bullying representa todas as atitudes agressivas verbais ou físicas, intencionais ou repetitivas, com a intenção de intimidar outra pessoa que não possui capacidade para se defender. Apelidos, brincadeiras de mau gosto e humilhações são alguns exemplos dessas atitudes. De modo geral, o agredido torna-se tímido e pouco sociável, podendo (isso não quer dizer que é regra) tornar-se um adulto agressivo.
Nas escolas brasileiras, sabemos que são comuns esses tipos de brincadeiras, tornando-se, portanto, difícil a identificação de eventuais casos de bullying. Salas superlotadas, muitas vezes condições precárias de trabalho e pouco conhecimento sobre o assunto dificultam intervenções apropriadas. O caso de Wellington pode não ter sido exclusivamente consequência disso, mas é necessário considerar o fato. Um trabalho de conscientização em âmbito escolar, medidas preventivas, além de, é claro, maior discussão do assunto pela sociedade são imprescindíveis para que se possa de fato esclarecer à nossa juventude (muitas vezes desorientada e inconsequente) que brincadeira tem limite.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
É UMA PENA
Crianças jogando futebol - Cândido Portinari
Vi esses dias na rua onde moro várias crianças brincando de bola.
Umas branquinhas, outras negrinhas.
Várias eram as cores naquele arco-íris de inocência.
Corriam, gritavam, sorriam numa alegria igual.
Estavam felizes.
Sem noção de que o tempo vai passando e as coisas vão mudar.
Sem se preocupar porque uns tem uma cor e outros tem outra.
Sem perceber, daqui a alguns anos serão homens e mulheres, que terão seus empregos e suas famílias.
Aquelas cabecinhas inquietas naquele momento só queriam correr atrás daquela bola.
Aquilo lhes bastava.
Anoiteceu.
Seus pais gritaram:
"Ô, menino! Vem pra casa tomar banho e jantar!"
No outro dia brincariam novamente.
Em casa, eles aprendem a enxergar o mundo pelos olhos dos pais.
Depois, o verão com os seus próprios.
A vida lhes mostrará muitas coisas.
Dentre elas, que as pessoas os julgarão pela cor da sua pele,
pela sua aparência
ou por suas escolhas.
Eles descobrirão que vão existir lugares para cada um e que todo mundo acaba encontrando o seu.
Perderão sua inocência e aprenderão a ser humanos.
Perceberão então, que no mundo dos adultos, todos terão defeitos.
Caros amigos, é uma pena.
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