Caros amigos, chega um momento em que o ser humano se pergunta qual o verdadeiro motivo de habitar esta Terra.
Começa a analisar seus feitos e defeitos, como quem procurasse justificar a condição em que se encontra naquele momento de introspecção.
Pesa tudo na balança da justiça divina (alguns) ou na balança humana (outros), esperando que haja algum valor positivo dentre tudo o que já viveu.
Frequentemente me pego a observar o comportamento humano, baseando-me na simplória realidade que me cerca.
Pessoas humildes, batalhadoras (nem todas), mas acima de tudo esperançosas de tempos melhores, presas às sua vidas presentes, imediatas, efêmeras.
Criando seus filhos (ou apenas os vendo crescer) sem se dar noção da constante passagem do tempo, que ao mesmo ensina a viver e a aceitar as provações que a vida nos oferece.
Em um mundo que supostamente deveria servir a todos.
Em uma sociedade onde supostamente todos servimos para alguma coisa.
Em uma realidade injusta, mas ao mesmo tempo suficiente (pelo menos para a maioria).
Cercado de tantas contradições, desenganos, mas ao mesmo tempo da mais singela felicidade, muitas vezes estampada num sorriso de criança.
Sentindo o sol nascer e morrer a cada dia, levando um pouco da minha existência junto com ele.
Maravilhado com a perfeita criatura humana e como ela se desenvolve nos ventres maternos, com toda sua delicadeza.
E imaginando que um dia ela se tornará tão falha quanto todos da sua espécie.
Duvidando se vale a pena ter algo pra acreditar, nem que seja para que no apagar das luzes eu possa ter vontade de continuar o que venho fazendo até hoje: simplesmente vivendo.
Talvez tudo isso seja besteira. É, talvez.
Mas de vez em quando eu vou me perguntar.