segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Meu reino por um post (ou vice versa)

Há algum tempo atrás li um texto muito interessante no site Observatório da Imprensa (recomendo - http://www.observatoriodaimprensa.com.br/) que falava sobre como a estupenda invenção de Mark Zuckenberg revolucionou a vida das pessoas. Atualmente, acredito que existam mais de 1 bilhão de usuários na rede social. Todas elas passam um tempo considerável tempo online (assim como este que vos escreve), seja olhando fotos, conversando com amigos ou simplesmente divulgando seus pensamentos.

No texto, o autor comenta a respeito de como o Facebook exerce nas pessoas um tipo de "senso de importância" (não consegui achar o link). É mais ou menos o seguinte: pela Internet, você pode ter inúmeros "amigos", que em muitos casos, são pessoas que a gente conhece apenas de vista e que muito raramente você teria uma conversa amigável, até pela falta de intimidade entre ambos. É só pensar na quantidade de "amigos" que você tem...
Continuando: qualquer coisa que você postar (não sei se é esse o termo correto - acredito que sim) será repassado para todas aquelas pessoas, que vão ou não "curtir" o que você postou.

Aí é que vem o X da questão: o bendito "ego". Quanto mais pessoas curtirem ou comentarem seus posts, mais o usuário se sente influente no meio deles. Não é via de regra, mas imagino que aconteça com grande parte dos usuários da rede. É como se aquelas pessoas fossem um público. Desse modo, muitas vezes isso gera em seus usuários uma necessidade exagerada de se expor, tanto que muitas pessoas passam o dia inteiro conectados. Em muitas situações, tem gente que escreve qualquer coisa na tentativa de chamar atenção, que dentro da rede talvez seja muito bem cotada (ou pelo menos ache que seja), mas que fora dela não receba a atenção que espera.

Enfim, é desse jeito. 

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

PERCEPÇÃO INSTANTÂNEA

Meu Deus, a vida muda.
Agora percebo isso.
Todas aquelas brincadeiras de criança,
todo aquelee barulho de alegria,
toda aquela gritaria das brigas (que depois de dois dias é como se nunca tivessse acontecido),
todo aquele medo das histórias de trancoso que a gente contava quando faltava energia,
toda aquela vontade de não ser achado quando brincava de "se esconda",
de não ser pego quando era do "trisca",
de tirar a menina mais bonita quando brincava de cai no poço...

Agora eu vejo, meu Deus, que acabou.
Aquela coisa de quando chegar da escola ir direto pra rua jogar bola, até não sei que hora, dizendo pra mãe "já vou!", mas não parava a brincadeira...
Aquele negócio de juntar os "cabinha" pra fazer campeonato de time de botão, apostando os contos feitos com papel de cigarro...
Aquela coisa de jogar bila na calçada (que nem era calçada) e quem perdesse levava uma cachuleta no braço, hein?

Pois é, caba.
Cabou.
Mas pelo menos eu ainda lembro.
Obrigado por isso, meu Deus.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Viva o Rei do Sertão!

“Gostaria que lembrassem que sou filho de Januário e dona Santana. Gostaria que lembrassem muito de mim; que esse sanfoneiro amou muito seu povo, o Sertão. Decantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes. Decantou os valentes, os covardes e também o amor”. Luiz Gonzaga



100 anos de Gonzagão.
É muito tempo.
Quantos vivos existem com essa idade?
Não muitos.
Mas eles conhecem.
Eles sabem de quem se trata.
Eles sabem que por causa dele, foram lembrados.
Sua condição, a vida sofrida, a seca.
A alegria da quadrilha, do xote, das noites de São João.
A triste partida do retirante, que deixa, sem olhar pra trás, uma cabocla, uma choupana e um beijo na boca.
A mesma pernambucana da cintura de pilão, que só pensa em namorar.
Aquele sertanejo que nos versos do poeta, suplica ao Senhor pela chuva, mas que pede perdão por não saber rezar.
A estrada de Canindé, a acauã, o açum preto, a asa branca.
O apelo aos homens da nação, a vontade de voltar e se não for possível, levar o Sertão pra qualquer lugar.
A força do vaqueiro, que toa uma boiada e não leva desaforo pra casa.
A devoção ao Padim Ciço, a Frei Damião e ao Nosso Senhor.
É rapaz.
100 anos de Gonzagão.
Que noutros tantos ele continue lembrado, divulgado e reverenciado.
Mais que música, é a essência sertaneja.