domingo, 29 de agosto de 2010

PERGUNTAS

O rapaz se perguntou
Se um dia, quem sabe
Se ele tivesse uma oportunidade,
Poderia falar o que tinha vontade.
Ele se perguntou se
Qualquer dia desses, quem sabe,
Ele não ia ser privado do dom da fala
Quando quisesse falar o que tinha vontade.
Perguntou-se mais uma vez,
Ainda incrédulo com a possibilidade,
Que para uns existe, para outros, quem sabe
Alguém lhe desse atenção
E nesse momento então
Poderia falar o que tinha vontade.
Muitos duvidam
Ele acredita.
Mas o momento em que isso acontece
Quem sabe?

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Busquemos a revolução!!!!

Cansei de todas as opiniões imóveis, retóricas e demagogas.
Chega de tantas promessas, que sabemos que nunca são realizadas.
Acabem com os palhaços engravatados, que descaradamente, conduzem nossa sociedade ao mais completo caos.
Textos televisivos carregados de segundas intenções, que sutilmente escondem os seus reais objetivos: perpetuarem-se alienando a massa ignorante que rasteja em busca de migalhas.
Ao invés da desqualificação de outrem, soluções práticas.
Façamos o que for preciso.

Busquemos a revolução!!!!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

DISCURSO


Senhoras e senhores
Aqui cheguei.
Falo bonito
Sou de família.
Chego até vocês
Com esse papo furado
Cheio de predicado verbal.
Nominal, só o cheque
que vou receber
de você
no fim do mês.
Você é o patrão
Sem moral, sem astral.
Completamente “o tal”
E não tem nada pra dizer.
Aliás, pra você,
Quer dizer, senhor,
Sou eu quem tem valor.
Corre atrás, sempre mais
De uma aproximação
Aperto de mão.
Deram-me a função
Que com o coração
Vou exercer:
Prefeito, deputado
Terno, engravatado
Vou te enganar
Prazer.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Cenas do próximo capítulo que você já assistiu...


Em época de eleições, é normal que todos os candidatos falem em acabar com a corrupção, trabalho sério, fim das mentiras e coisas do tipo. É a mesma ladainha desde muito tempo atrás (e que este que vos escrever não faz a mínima noção de quando tenha começado). Como a gente diz lá no sertão, é uma "fuleragem!"

Aproveitei a deixa e embrenhei-me numa tarefa que deveria ser não só minha, mas de todo mundo: a de conhecer os candidatos em que iremos votar. Para isso, acessei o site do TSE - e iniciei o fomento à minha curiosidade cidadã. Digitava o nome de alguém que me vinha a mente e, bum! aparecia o nome do cidadão, escolaridade, estado civil, bens declarados... De alguns que eu conheço (do meu velho e querido Sertão pernambucano) vi absurdos: coronéis donos de imensidões de riquezas, que escravizam uma pobre população (e só quem vive tal situação sabe do que estou falando) declarando números absurdamente ridículos! O que deixa mais preocupado é saber que esses descarados não só existem na minha terra de origem mas em qualquer terra que eu venha (ou não) a habitar nesse país...

Para terminar, vou usar uma frase que ouvi esse dias: "muitos se matam durante o período eleitoral, por seus candidatos, mas acabam morrendo quando ela termina, esquecidos."

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

VERDADE

Estão todos em busca da verdade.
Há aqueles que passam anos e anos e não conseguem encontrá-la.
Há que duvide que ela exista, que é apenas uma ilusão que o ser humano criou.
Alguns têm a sua própria idéia de como ela seja e defendem-na com unhas e dentes.
Outras esperam que ela surja do céu.
A maioria das pessoas nem se preocupa com isso.
Mas ela está logo ali...
É só prestar atenção.
"Candidato Fulano de tal, número tal, o homem do povo."
"Trabalho, competência e honestidade."
"Em nome dos fracos e oprimidos."

Não é necessário ter pressa.
Depois do CONFIRMA, ela vai aparecer.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

CORDEL: A difícil tarefa de educar no Brasil atual



Meus amigos com licença
Agora me apresento
Pra compartilhar uma idéia
Que não sai do pensamento
Sou formado professor
Sou também educador
Mando agora meu lamento

Formei há três anos atrás
Nessa profissão ingrata
Mas faz mais de 5 anos
Que estou em sala de aula
Enfrento dificuldade
Pra ajudar a sociedade
Que o governante maltrata

Tenho quase todo dia
Estresse, dor de cabeça
Dor nas costas e garganta
Faz que eu quase desfaleça
Mas firme, eu tô de pé
E sempre mantendo a fé
De que o Brasil não pereça

Da minha maneira eu tento
Ajudar o meu país
Faço graça, conto história
Para me manter feliz
Pois creio que a Educação
É a única solução
Pra um Brasil forte e feliz

Mas é uma tarefa árdua
Difícil de realizar
Pois aqui em nosso Brasil
O povo não quer estudar
Embora eu pareça chato
Mas não minto, isso é fato
Em quase todo lugar

Tem dias que a gente tenta
Na sala fazer uma leitura
Para analisar um texto
Suas idéias e estrutura
Ou discutir a História
Coisas da nossa memória
Ampliar nossa cultura

Mas para os nossos alunos
É a maior dificuldade
Não tem nenhum interesse
Não sentem nenhuma vontade
Ir à escola todo dia
Só pelo Bolsa Família
É a triste realidade

Muito embora reconheço
Que não é com todo mundo
Muitos vão porque acreditam
No poder que tem o estudo
Que ajuda, que liberta
Deixando a cabeça aberta
Preparada para o mundo

Mas a grande maioria
É difícil convencer
Quanto mais a gente insiste
Mais ignoram você
Muitos não tem idéia
Mas a situação de miséria
Em que vivem, tem a ver

Na casa de muita gente
É uma pobreza imensa
Falta comida e remédio
Sobra briga e desavença
O ditado já dizia:
Que com a barriga vazia
Nossa cabeça não pensa

O menino sai de casa
Procura coisa melhor
Mas ao chegar na escola
A coisa é bem pior
Professores já cansados
Dão aulas seguindo os passos
Dos tempos da minha avó

Às vezes não é por querer
Que as coisas são assim
A sua própria formação
Muitas vezes é ruim
Em busca do capital
Formam um mau profissional
Pra você e para mim

Por não estar preparado
Pra enfrentar as desavenças
Acaba o professor
Perdendo sua paciência
Perde o amor na profissão
Vira só obrigação
Faz só por sobrevivência

Para não perder o emprego
Bate o ponto todo dia
Apresenta o conteúdo
Mas sem mostrar alegria
Pra o aluno que freqüenta
(e muitas vezes agüenta)
A escola todo dia

Pior é final de ano
No tal conselho de classe
Que obriga o professor
Fazer com que o aluno passe
Menino consegue nota
Mesmo sem que faça prova
Sem que ao menos estudasse.

Mas existe outro discurso
Dos órgãos dessa nação
“Mudaram-se os conceitos
Na nossa avaliação:
Além de ter quantidade
É preciso qualidade
Na hora da aprovação.”

Amigos eu lhes pergunto
Como isso pode ser?
Com todos esses problemas
Como nós vamos vencer?
Não posso aprovar todo mundo
Mas ao reprovar o aluno
Posso meu emprego perder.

Continuo estudando
Em busca de uma resposta
Mas devido à pressão
Faço o que o sistema gosta
Governo faz propaganda
O número não me engana
Já que mudança não mostra

A mudança só virá
Com o trabalho da gente
Investimento real
Homem e mulher competente
Com o esforço da nação
Seriedade e união
Para um país diferente.

Pra você caro leitor
Nesse instante apelo
Que do estudo do seu filho
Cuide com bastante esmero
Seja pai ou professor
É somente com amor
Que o Brasil será mais belo.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

ACABARAM AS INCERTEZAS


Acabaram-se as tristezas
Os bandidos foram presos
Não precisa mais ter medo
Acabaram as incertezas

Acabaram-se as dúvidas
Sofrimento e angústia
Dissolvidas na poeira
Acabaram as incertezas

Acabou-se a violência
Os lamentos, as doenças
Só existe a beleza
Acabaram as incertezas




As incertezas acabaram?

terça-feira, 3 de agosto de 2010

NO CALAR DA MADRUGADA


Sentado à mesa da cozinha, procuro algo a dissertar a respeito.

Tudo é silêncio nessa madrugada buritinense.

Ao longe, ouço o cantar do galo, cumprindo a sua obrigação: a de anunciar que, em algumas horas, um novo dia irá começar.

O que esse dia trará, não faço idéia.

Mais um dia da minha vida. Quantos iguais a mim, sem a mesma visão do mundo, estão nascendo agora?

Quantos iguais a mim, filhos de senhora pobres e lutadoras, que sonham com a chegada de uma criança como um sinal de esperança?

Não faço idéia.

No calar dessa madrugada silenciosa, onde a única coisa que se escuta é o cantar do galo, percebo-me como apenas mais um no meio da multidão.

Cheio de sonhos, embora já bem menos vibrantes.

Cheio de expectativas, embora em menor número que outrora.

Inquieto com as inúmeras possibilidades, tanto de dar certo quanto de dar errado.

Sinto-me pequeno quando me comparo ao tamanho dos meus sonhos.

O homem é do tamanho do seu sonho, disse Pessoa.

Tomara.
No calar dessa madrugada, procuro manter meus sonhos vivos, para quem sabe poder crescer.